quinta-feira, maio 18, 2006

Que Professores para as Nossas Escolas?

"Nas infindáveis discussões sobre a educação e o ensino, há um aspecto crucial que costuma ser deixado de lado. Trata-se da simples observação seguinte: a chave para qualquer melhoria do sistema e dos seus resultados está nos professores. São também importantes factores como manuais e programas, laboratórios e instalações, mas no centro de tudo estão os professores e a sua qualidade.
Se isto é assim, devia ser posto o maior cuidado na questão de saber quem pode ser professor, como são formados os professores, como são contratados os professores.
Ora, manda a verdade que se diga que esse cuidado não tem existido. De todo. E não é possível levar a sério nenhuma política de melhoria do ensino que não modifique esta triste realidade.
(...)Em segundo lugar, há o problema do sistema de contratação de professores pelo Estado. Aqui a situação seria cómica, se não fosse trágica. Repare o leitor: o Ministério da Educação usa a simples nota da licenciatura para ordenar os candidatos aos concursos de professores! Não é preciso ser um génio para perceber a que é que conduz este sistema. Por todo o lado vemos instituições de formação de professores a inflacionar as notas dos seus estudantes, por vezes tanto mais quanto menos qualidade elas próprias, instituições, têm.
Que mensagem manda este sistema às instituições? Pois que sejam medíocres, não liguem à qualidade dos estudantes, dos docentes, dos cursos, mas garantam notas altas, para passar os seus diplomados à frente dos outros. Que governante pode olhar para isto e não se sentir responsável por tal situação de "batota institucional"? E não seria difícil conceber um sistema para corrigir esta situação. "
Adaptado de http://www.mat.uc.pt/~jfqueiro/professores.html em 18 de Maio de 2006

1 Comments:

At 25 maio, 2006 20:16, Anonymous Anónimo said...

Também a mim me surge como verdadeiro que as notas dos estágios tem diferentes pesos em diferentes instituições. Só que julgo que medidas avulso nada resolvem (ou muito pouco), o problema é mais vasto. A Escola parece continuar a ser muito 'académica', ou seja as escolas transformaram-se nos antigos 'liceus' que à maior parte da sociedade nada diz. Chega verificar a nossa taxa de escolaridade, talvez seja bom adequar a Escola à realidade nacional e abandonar de vez a Escola 'elitista'. Quem sabe que se isto ajudaria a melhorar o nosso dempenho escolar. No entanto não é desprezável também mexer na formação de professores.

Vladimiro Machado

 

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