terça-feira, março 28, 2006

Factores Sociais

"As crianças originárias de famílias onde não predominam os valores da cultura da maioria tendem a ser vistas como menos «educáveis» e mais sujeitas ao insucesso do que as originárias da maioria."


(in http://www.eselx.ipl.pt/cidadania/cidadania/igualdade.htm, consultado em 28 de Março de 2006)

8 Comments:

At 31 março, 2006 00:02, Anonymous Anónimo said...

Vou apenas reproduzir parágrafos de umcomentário que li e com o qual concordo incondicionalmente."O falhanço dramático desta versão portuguesa da pedagogia dita nova..obrigam,como se sabe,á descida da exigência, á depreciação do saber que conta,ao menosprezo do mérito de professores e alunos,á imposição generalizada de uma escola de "faz de conta""...."As desigualdades sociais e pessoais são,como é óbvio,condicionantes-por isso a boa escola apoia especificamente os mais desfavorecidos para que realize a equidade e todos possam ir tão longe quanto possivel-mas não são um estigma"
"Querendo tornar todos iguais,a ideologia que se implantou,aberta ou insidiosamente,nas escolas portuguesas nivela por baixo, cretiniza,gerando a frustração e o abandono,aceitando a indisciplina e,por isso,semeando violência e intolerância,reproduzindo e agravando,ela sim,as desigualdades,condenando á exclusão e á pobreza as crianças que nasceram na exclusão e na pobreza. Impedindo que a escola seja, no grau que é justo e imperativo que seja,o ascensor cultural e social que só a escola pode ser.E muma escola dominada por esta ideologia,que diferença farão a alteração de programas,currículos e livros, a duração das aulas,as sucessivas reformas e mudanças de ministros?
E esta a questão central das educação. Enquanto não for frontal e declaradamente enfrentada não haverá mudança no sistema educativo e Portugal não progredirá."
Cito Guilherme Valente em "Eduquês escondido com Ministra de fora"

 
At 03 abril, 2006 10:00, Anonymous Anónimo said...

Não concordo muito com esta afirmação. Em certas famílias onde não predominam os valores da cultura há, às vezes, uma preocupação maior de dar um futuro melhor aos filhos. Por exemplo, nas aldeias isoladas, onde predomina a actividade agrícola, os pais, que não conseguiram um futuro muito risonho, tendem a alertar os filhos de que aquela vida não dá futuro a ninguém tentando incentivá-los a estudar para conseguirem um futuro melhor. Deixo uma ideia que a mim me parece verdadeira (não em todos os casos, claro):" Não é das famílias onde predominam os valores da cultura que saem os melhores profissionais"

 
At 03 abril, 2006 14:31, Blogger Rafaela Santos said...

A intenção era referirmo-nos à forma como essas crianças são vistas no meio escolar ( por exemplo pelos Professores ) e não à preocupação ou não preocupação revelada pelos pais em relação ao percurso escolar dos filhos.

 
At 07 abril, 2006 16:32, Blogger Jaime Carvalho e Silva said...

Referindo-me à afirmação original: "As crianças originárias de famílias onde não predominam os valores da cultura da maioria tendem a ser vistas como menos «educáveis» e mais sujeitas ao insucesso do que as originárias da maioria."

Efectivamente, muitos professores manifestam a sua dificuldade em conseguir ganhar para o estudo certas classes de alunos; é lógico que se os pais vêem pouco valor na educação (eles próprios tiveram insucesso ou não passaram do 4º ou 6º anos de escolaridade) como vão os seus filhos valorizar a educação? Ainda por cima numa altura em que muitos (ir)responsáveis e a comunicação social se comprazem em dizer (incorrectamente) que a licenciatura não garante o emprego (então para quê tirar uma licenciatura?) confundindo emprego imediato e automático com possibilidade real de obter um emprego compatível com as suas habilitações...
Por outro lado, no estudo PISA 2003, concluiu-se que se países como Portugal e Polónia vissem a sua classificação corrigida com o PIB médio da OCDE e a formação escolar dos pais da média da OCDE, então passariam ambos para os 10 primeiro lugares!!!

Apesar de tudo isto, não me parece que as afirmações dos professores sejam totalmente procedentes, atendendo à multiplicidade de factores envolvidos na motivação e capacidade de empenhamento dos alunos nos seus estudos. Acho isso sim, que a alunos diferentes não se pode aplicar a mesma receita; haverá que procurar vias alternativas de educar tais jovens de modo a que sejam sensibilizados adequadamente para a relevância actual e futura do que a escola lhes fornece. Claro que isto é uma tarefa árdua num país como o nosso (mas não somos os únicos!) em que é mais fácil passar a culpa para o parceiro do que em analisar a situação e planear uma estratégia de combate às dificuldades.

Talvez os futuros jovens professores tenham um espírito diferente...

 
At 25 maio, 2006 22:47, Anonymous Anónimo said...

Naturalmente que à entrada na Escola as crianças são diferentes, a igualdade à entrada é um mito que importa desmontar. De facto, os filhos de pais mais 'cultos' chegam à Escola com várias questões já resolvidas.
O problema não está aí quanto a mim,a questão a tentar resolver é saber como os professores da 'classe média' tratam com os alunos que não o são, é que esses alunos não são tomados como pares e, de modo geral, condenados ao insucesso da maioria da 'classe média'.
Como é que alguém que nunca viveu num bairro social vai compreender o ambiente social que rodeia os alunos?
Já tentei encontrar uma resposta para esta questão, mas ou ninguém sabe ou ninguém quer falar...

Vladimiro Machado

 
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