quinta-feira, março 23, 2006

Comboio da Matemática


"Um aluno que chega ao 6.º ou 7.º ano e perde o comboio da Matemática, nunca mais volta a apanhá-lo. Se não existirem avaliações nacionais, se não houver uma forma sincronizada de medir qual é o desempenho do aluno em termos daquilo que é esperado, ele se calhar nunca vai perceber que perdeu completamente o comboio, que está completamente de fora. Infelizmente é o que se passa e daí os 60 por cento de negativas no exames do 12.º ano. Isto não quer dizer que os miúdos sejam infradotados para Matemática, mas sim que se calhar o sistema não promoveu que eles percebessem que têm de ter uma atitude de esforço, de estudo constante e de acompanhar as coisas, porque senão estão perdidos. Depois, aos 18 anos, quando se dão conta, já é tarde."
Adaptado de "Entrevista a Jorge Buescu: O que se aprende nas escolas é uma espécie de Matemática pimba", Clara Viana, publicado na revista "Pública" do jornal Público (6 de Novembro de 2005)

16 Comments:

At 24 março, 2006 13:09, Blogger Jaime Carvalho e Silva said...

Esta afirmação pressupõe que devam existir exames nacionais em cada ano para o aluno reprovar se não tiver atingido o nível definido e assim perceber que não satisfaz a sua prestação.

Este raciocínio é multiplamente falacioso:

- Em Portugal reprovam mais alunos em anos em que não há exame nacional do que em qualquer outro país da OCDE; logo não é a reprovação que leva os alunos a perceber que a sua prestação não é satisfatória;
- Na maioria dos países de sucesso escolar, o número de exames é raro (só no 12º ano ou no 9º e no 12º anos); logo pode-se atingir sucesso sem exames nacionais em cada ano de escolaridade (e sem a carga pessoal, emocional e financeira associada a tal máquina desde o ME até cada escola);
- Não é verdade que só seja possível ver se um aluno está a perder o pé quando for feito um exame nacional;
- Não é verdade que a maioria dos alunos fracos não saiba que precisa de se esforçar; muitas vezes o que acontece é que ele não sabe o que há-de fazer; não percebe, não é ajudado, continua a não perceber (o professor diz: "estuda em casa!"), lê o livro, não percebe mais uma vez, baixa os braços e o sistema limita-se a acusá-lo de ignorância e reprova-o! Triste sina!

Claro que é legítima a questão: então que se poderá fazer?...

 
At 25 março, 2006 18:05, Blogger None said...

"Um aluno que chega ao 6.º ou 7.º ano e perde o comboio da Matemática, nunca mais volta a apanhá-lo."

Não concordo com esta opinião. Desde que queira, qualquer pessoa pode apanhar o combóio de que aqui se fala. É verdade que vai ter que fazer um esforço muito maior, mas dizer que NUNCA mais....isso não é verdade. É assim que se cria o universo daqueles que não gostam de Matemática, que não conseguem estudar Matemática, que desistem. As dificuldades a ultrapassar, são por vezes tão ínfimas, que vale a pena fazer o esforço em qualquer altura. Assim exista vontade por parte do professor e do aluno.

Valorizar os exames parece-me um grande erro. Então que se andou a fazer durante um ano lectivo?
Desde que a avaliação seja contínua, e correctamente feita, tanto o professor como o aluno sabem o que se ensinou, o que se aprendeu, o que se consolidou e o que falhou.
De resto, julgo perceber que muitos dos problemas existentes no ensino da Matemática, se situa no modo como se faz a avaliação. Para mim, avaliar não significa apenas, avaliar para reprovar, mas muito mais, avaliar para fazer o ponto da situação e proceder a rectificações.
Também é preciso saber avaliar, além de saber transmitir conhecimentos e saber ensinar os alunos a aprender.
É um processo: ensino/aprendizagem.

Parabéns pelo blog dedicado ao ensino.

 
At 25 março, 2006 18:46, Anonymous Anónimo said...

Cara L.,

Talvez até tenha razão quando diz que "Desde que queira, qualquer pessoa pode apanhar o combóio de que aqui se fala.", mas, possivelmente estou enganado, isso não acontece na realidade escolar de hoje... A maior parte dos alunos que não consegue resultados positivos (não só com notas negativas, mas também com notas positivas mas que no fundo não 'aprenderam' a matéria) nos anos seguintes não têm a perspectiva da matéria anterior necessária à nova matéria...

Resta agora saber o que é que cabe a cada um fazer: alunos, professores, encarregados de educação, GOVERNO... Possivelmente está na altura certa de remodelar o nosso ensino e criar uma maior interacção professor/aluno dentro da sala de aula. Se cada professor tomar consciência que o sucesso dos seus alunos depende também dele e se se esforçar mais um pouco dentro da sala de aula e também fora dela para que os resultados apareçam, tudo vai ser melhor.

 
At 27 março, 2006 08:58, Anonymous Anónimo said...

Concordo que não é através de um exame nacional que o aluno deva ser avaliado, pois, para cada aluno, as condições de elaboração deste são diferentes; existem muitos factores que a vão influenciar...
Não concordo que um aluno que chegue ao 7º ano e que tenha perdido o comboio da Matemática não o volte a apanhar. E falo por conhecer pessoalmente alunos que até ao 7º ano viam a Matemática como "um bicho de sete cabeças" e com muito esforço por parte deles e motivação vinda da família, de professores e outros, começaram a ter um interesse por esta disciplina e, mais uns passos, apanham o comboio. Penso que a frase "Um aluno que chega ao 6.º ou 7.º ano e perde o comboio da Matemática, nunca mais volta a apanhá-lo." incentiva a desistência por parte dos alunos, o insucesso nesta disciplina, pois é assim que os alunos pensam, não gostam, nunca conseguiram até ali, portanto, desistem. O que costumo a dizer é:"Apaguem a palavra desistir do vosso dicionário; se uns conseguem, todos conseguem, com mais ou menos esforço!"
O que fazer então para ajudar esses alunos que vivem desmotivados em relação à Matemática?
Talvez o problema esteja dentro da sala de aula, no modo como uma aula decorre, na relação professor aluno. No entanto, não é fácil para um professor, numa turma com tantos alunos, todos diferentes, conseguir chegar do mesmo modo a todos sem prejudicar nenhum. Para ajudar, o número de horas de apoio por semana, existentes nas escolas, em proporção ao número de aulas por semana é mínimo. Tantos professores sem serem colocados e um número tão elevado de alunos a precisarem de apoio nas escolas...
Mas, além das aulas expositivas, da matéria complicada, da falta de gosto pela disciplina, tenho-me apercebido que grande parte dos alunos dão muita importância à relação que estabelecem com o seu professor, sendo esta bastante importante para o interesse e gosto em aprender e assistir às aulas. Penso que a relação professor-aluno deva ser de cumplicidade, amizade e respeito mútuo e não só dentro da sala de aula, mas também no exterior dela.

 
At 28 março, 2006 00:11, Anonymous Anónimo said...

Todos os professores saabem,em qualquer grau de ensino,quando 1 aluno está a perder ou já perdeu o comboio da Matemática.Mas o sucesso não passa sempre pela actuação dos professores.
-Há alunos que rejeitam completamente o nosso apoio.Nem admitem a mínima abordagem.Como é possível,por ex ,ter numa turma do 9ºano,7 alunos com mais de 17 anos,completamente desinteressados a todas as disciplinas?Para eles a escola é um local de convívio apenas,e só porque os pais os obrigam a frequentá-la.Estes alunos,que impedem o normal funcionamento das aulas,condicionam a aprendizagem dos outros.Por tal,deviam,ao atingir o limite de idade da escolaridade obrigatória,serem obrigados a ir para o ensino recorrente.
-Há alunos que subitamente mudam o interesse pela Matemática.Tive 2 alunos com várias repetências em anos anteriores,mas com capacidades,que sempre rejeitaram apoio.Um dia utilizei na aula algumas "dicas" do "Gato fedorento".Este simples facto despoletou uma aatitude completamente diferente.Passaram a ser alunos interessados e,com o apoio qque khes dei,até tiveram positiva no exame nacional.Claro que o "gato fedorento" foi meu aliado até ao fim desse ano lectivo.
- Há alunos que claramente se interessam e se esforçam e a quem damos o máximo apoio. mas como é possivel faze-lo de um modo individualizado quando, dentro de uma sala, temos 28 alunos? Indicamo-los para aulas de apoio, que não existem porque a escola não tem créditos... Não tem igualmente laborátórios de matemática... Que fazer? Já cheguei a dar aulas de apoio sem ser remunerada por isso. Mas as soluções individuais não resolvem os problemas.
- Queremos todos que os nossos alunos apanhem o comboio mas é preciso que, quem de direito, venha à escola ver as condições em que trabalhamos... É preciso que nas escolas se criem meios parea poder recuperar alguns e acompanhar outros. Não se podem fazer omoletes sem ovos.

 
At 30 março, 2006 16:55, Anonymous Anónimo said...

Quando se perde um comboio é preciso ter paciencia e esperar que outro passe, há sempre hipotese de recuperar o tempo perdido a menos que se abandone de vez a estação. Vou dar um exemplo de algo que me aconteceu, no meu oitavo ano não aprendi nada de matemática, tive uma professora que ñ gostava minimamente do que fazia, entao ñ se esforçava o minimo, aquelas aulas eram o caos completo. Foi aí que muitos dos meus colegas abondonaram de vez o comboio da matematica e nunca mais o quiseram voltar apanhar. no ano seguinte tivemos uma prof excelente cheia de vontade de acabar com o monstro que criaram a volta da matematica, e digo vos foi um esforço louvável. obvio que ñ resgatou todos os alunos de volta ao comboio mas os poucos que conseguiu já foram uma grande vitória. ẂA matemática precisa de professores com força de vontade que saibam adaptar os métodos de ensino à realidade em que os alunos vivem.

 
At 01 abril, 2006 22:48, Anonymous Anónimo said...

Boas
Se ha coisa que gosto na escola é precisamente de Matematica. So agora no 11º ano é que consegui perceber o possivel "porque" desse gosto, precisamente quando reparei no caracter abstracto desta ciencia que é a matematica, e quando vi que atraves "dela" podemos como que "expressar" a nossa razão de forma pura.
Mas, aqui encontro uma contradição quanto ao facto de se dizer por ai: "os alunos com maus resultados a matematica nao gostam da disciplina".
Posso dizer seguramente que esta frase esta totalmente errada, ja que ao escrever-mos "os" engloba-mos todos os
alunos com maus resultados em matematica, e posso ver por mim mesmo que apesar de gostar de matematica, nao consigo obter os resultados que os professores acham que deveria obter.

Na prespectiva de aluno que ainda sou, gostava de dar a minha opiniao quanto ao facto de perder-mos ou nao o "comboio" da matematica no sexto ou setimo ano de escolaridade.
É bastante possivel isso acontecer, facto que ainda estou a tentar perceber. Aconteceu-me a mim, embora no 9º ano, em que subitamente, e sem perceber porque, as minhas notas baixaram de 5 para 3 valores a matematica. Os meus raciocinios começaram a falhar frequentemente e a minha capacidade de resolver problemas simples desapareceu quase que totalmente (isto no ambito da matematica). Hoje em dia, no 11º ano, nao tenho bases de matematica suficiente fortes para alguem que gostava de enveredar pelo ensino superior. Já é realmente tarde para saber que nao tenho essas bases, e digo-vos que da prespectiva de um aluno, um teste ou exame nao mostra nada que temos de nos esforçar. Falo por mim que quanto mais negativas a matematica tenho, menos vontade me sobra para tentar apanhar o tal comboio que a titulo de curiosidade, anda bem depressa. É verdade que ainda nao desisti, e ao ler este blog, realmente pensei melhor no assunto.

Mas, é bastante dificil voltar a apanha-lo. Agora peço, a quem esta a ler este comentario, que se ponha no meu lugar. Estamos no 11º. Da memoria, apaga-se o nono ano. Já esta? Agora metade do 10º ano tambem desaparece devido ao facto de nao se ter aprendido as bases no 9º. Resumo: nao sabe-mos resolver com facilidade equações quer do segundo quer do primeiro grau. Uma raiz quadrada faz-nos extrema confusao, e se vier acompanhada de fracções, ja nao pensamos em mais nada. Trignometria esta a 75%, ja que as icognitas nos dao algum trabalho a ser assimiladas. Agr vamos la para o 11º, resolver exercicios com rectas: y=m.x+b
ou talvez restrições, parabolas, equações irracionais... enfim, tudo o k é bonito na matematica de 11º ano.

Conclusão: "opa, isto é mesmo dificil, ainda por cima as notas dos testes sao de 8, 7, 4 valores."

Concelho de alguem que diz ja ter passado pelo mesmo que nos: rapaz, estuda em casa, faz exercicios, reve a materia anterior...

Pensamento: "deixa la ver, materia anterior..." «recuando 1 ano e meio»

Dia seguinte: «a materia ja avançou para um degrau acima, degrau esse que para se subir para la, é preciso um outro, que era a materia de ontem, que para ser percebida, era necessario estudar numa semana, aquilo que foi dado durante um ano e meio...»

Bem, acho que se consegue perceber qual a minha prespectiva quanto ao "apanhar" do comboio da matematica, que esta sempre uma estação a mais a nossa frente. Se nao tiver sido claro, o que é possivel, estou aberto a qualquer questao.

boas noites

 
At 03 abril, 2006 09:04, Anonymous Anónimo said...

Entendo perfeitamente a situação do aluno k, sei que a matéria acumula de dia para dia e que se chega a um ponto e se está completamente perdido, sem se saber onde está a ponta por onde começar. Por isso um conselho dos profes seja "começa a estudar desde o início", o que na maioria das vezes não acontece. Mas o tempo não anda para trás, portanto vamos pensar no presente e no futuro! É verdade que sem a mínima preparação vinda dos anos anteriores é muito difícil, não impossível, entender toda a matéria sem dificuldade, pois os vários temas da matemática estão todos interligados e nunca se pode dizer "dei isto no ano passado, já não interessa". Mas, na nossa vida, o prato do dia são problemas e obstáculos, há é que saber ultrapassá-los. Os alunos devem sim estudar em casa, fazer exercícios, rever a matéria anterior mas não de forma mecanizada.Devem tentar entender a lógica da matéria e não decorá-la; é preferível fazerem menos exercícios mas entenderem o que estão a fazer.
Estamos agora nas férias da Páscoa, porque não aproveitar para pegar no livro do 9º ano para rever as equações do 2º grau, as inequações, ou no livro do 10º para rever as parábolas? Tem-se é que planificar muito bem o nosso tempo, fazer uma coisa de cada vez sem desorientação e sem desanimar. Com força de vontade e ajuda, se necessário, de outros, qualquer pessoa consegue atingir o seu objectivo.

 
At 04 abril, 2006 00:00, Anonymous Anónimo said...

K:
Na escola que frequentas há, ou não, aulas de opoio a matemática? Há, ou não, sala de estudo com acompanhamento por professores da disciplina? Há, ou não, laboratórios de mat.? Há, ou não,qualquer tipo de programação destinada a alunos com falta de pré-requisitos?
Gostava muito de saber K...

 
At 06 abril, 2006 15:56, Anonymous Anónimo said...

boas
peço desculpa por so responder agora, mas nao tenho estado muito tempo ao computador, ja que estou a aproveitar as ferias para lidar com isto mesmo.

Marianela, respondendo as suas questões:

«Na escola que frequentas há, ou não, aulas de opoio a matemática?» -> Existem aulas de apoio 1 vez por semana com o mesmo professor que nos da aulas.

«Há, ou não, sala de estudo com acompanhamento por professores da disciplina?» -> Existe uma sala de estudo com acompanhamento de professores de variadas disciplinas.

«Há, ou não, laboratórios de mat.?» -> O unico conhecimento que tenho destes laboratorios é porque tenho la aulas uma vez por semana, mas nao se distinguem de uma sala normal, apenas têm mais espaço.

«Há, ou não,qualquer tipo de programação destinada a alunos com falta de pré-requisitos?» ->Desconheço totalmente a existencia de qualquer programação destinada a alunos com falta de bases.

 
At 07 abril, 2006 23:27, Anonymous Anónimo said...

Olá K
-Se na tua escola existem aulas de apoio a Mat deves ter sido indicado para as frequentar.Tens a sorte de as mesmas serem dadas pelo teu prof que,melhor que ninguem,te conhece e te pode ajudar a recuperar.Isso não está a acontecer?
-Caso não tenhas sido indicado,existe a tal sala de estudo que poderás frequentar nos teus tempos livres,encontrando sempre o mesmo prof se lá fores em horário fixo.Esse prof poderá estabelecer um plano de recuperação para ti,após diálogo com o prof que te dá aulas.Não estás a aproveitar essa oportunidade?
-Há qualquer coisa que está a falhar e que eu não estou a perceber...

 
At 09 abril, 2006 16:08, Anonymous Anónimo said...

Boas

Sim, fui indicado para as aulas de apoio, as quais frequento sempre que existem.

O caso da sala de estudo, nunca la entrei, pois os horarios tambem nao sao muito compativeis.

fikem bem

P.S.: estas ferias por acaso estao a dar muito jeito, nao ha é muito tempo para outras coisas, mas enfim, ha que tentar. Mas continuo na opinião de que é bastante dificil apanhar o comboio em condições.

 
At 03 maio, 2006 14:00, Anonymous Anónimo said...

Não sei se será esse o caso, mas o que entendo do comentário do k:"existem aulas de apoio 1 vez por semana com o mesmo professor que nos da aulas", é que não está muito satisfeito com as aulas desse professor. Não tendo conhecimento de nenhuma das partes deixo o meu testemunho de quando por lá passei.Houve uma altura em que senti muitas dificuldades em matemática, logo no 7ºano, quando se começou a dar as equações do primeiro grau com uma incógnita (sempre fui aluna de 5)e a professora que tinha era uma péssima professora, que por acaso era quem estava também responsável pelas aulas de apoio.Logo, nunca iria recorrer a ela.Num dos dias em que estava na biblioteca a desesperar com aquilo, uma das funcionárias apercebeu-se e, irónicamente (uma funcionária!) ela é que me ensinou a resolver equações durante dois ou três dias nas horas de almoço.Eu resolvia em casa e depois levava para ela corrigir.Às vezes dou por mim a pensar:se não fosse aquela funcionária que estava a fazer o 12º à noite, será que tinha voltado a apanhar o comboio? Por isso K, coragem!

 
At 16 fevereiro, 2007 10:23, Anonymous Anónimo said...

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At 22 fevereiro, 2007 11:27, Anonymous Anónimo said...

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