quarta-feira, março 15, 2006

A família...

"A demissão dos pais da educação dos filhos é hoje uma das causas mais referidas para explicar o insucesso escolar. Envolvidos por inúmeras solicitações quotidianas, muitas vezes nem tempo têm para si próprios, quanto mais para dedicarem à educação dos filhos. Quando se dirigem às escolas, raramente é para colaborarem, colocando-se quase na atitude de meros compradores de serviços, exigindo eficiência e poucos incómodos na sua prestação."

Será esta a realidade das famílias portuguesas?

(adaptado de http://educar.no.sapo.pt/Insucesso.htm em 15 de Março de 2006)

13 Comments:

At 20 março, 2006 19:45, Blogger Jaime Carvalho e Silva said...

A questão que colocam é pertinente apenas na medida em que muita gente a coloca. Mas como podemos avaliar se a afirmação citada é verdadeira? Como podemos saber se realmente os pais se demitem? Na realidade os espaços de participação dos pais na escola são limitados. Algumas "histórias" que se contam, mesmo sendo verdadeiras, não são prova de nada. Eu também posso contar umas histórias; sei muitas! E depois? Que prova isso? Falar é fácil, provar é difícil... Talvez seja necessário encontrar alguma ferramenta mais "científica" para analisar a questão. Qual poderá ser?

 
At 20 março, 2006 20:24, Anonymous Anónimo said...

Sinceramente, acho que hoje em dia essa distância entre os pais e a escola tem vindo a diminuir... Não sei até que ponto essa participação seja com uma "atitude de meros compradores de serviços", como é citado. O que penso ser um facto é que a quantidade de encarregados de educação que visitam (sem serem solicitados para tal) a escola dos seus educandos para obter informações de qualquer tipo (avaliação, comportamento,...) é muito reduzida. Com isto não quero dizer que passe a existir uma "peregrinação" de encarregados de educação às escolas...
Em resposta ao comentário anterior, uma possível ferramenta mais 'científica', não sei até que ponto é praticável, é um levantamento da quantidade de encarregados de educação que se desloca às escolas e quais os temas aí abordados...

 
At 21 março, 2006 14:46, Anonymous Anónimo said...

não concordo totalmente com o conteúdo citado, uma vez que na realidade em que estou inserida não se verifica tal ausência dos pais...

 
At 21 março, 2006 21:18, Blogger Rafaela Santos said...

Agradecia que não deixassem comentários anónimos. Não há comentários certos ou errados, cada um deve dar a sua opinião, pois só assim será útil!
Obrigada

 
At 22 março, 2006 11:20, Anonymous Anónimo said...

Na minha realidade escolar também não se verifica tal ausência dos pais, mas isso não implica que não tenha consciência de que a maioria dos pais vão às escolas (quando vão...) para acusar os professores do seu educando pelo insucesso deste, principalmente no que diz respeito à disciplina de Matemática. Talvez porque seja mais fácil dizer "a culpa é do professor, logo tem que mudar o seu método de ensino" (o que também é verdade por vezes) do que admitir que ao seu educando falta motivação por parte da família, falta gosto pela disciplina, falta estudo...Mas tudo isto já iria tirar demasiado tempo aos pais e iria dar preocupações a mais. Portanto, o professor que faça milagres!

 
At 22 março, 2006 20:12, Anonymous Anónimo said...

Diz-me a minha experiência,comoDT,o seguinte:
-À primeira reunião,que tem a finalidade de eleger o representante dos enc.de educação,comparecem,na maioria das turmas,menos de 20%dos pais...Há excepções!
-Regularmente,a saber informações dos educandos,comparecem cerca de 20%.A percentagem aumenta nas turmas de "bons alunos"onde os pais vão à escola com grande espírito crítico e elevado grau de exigência.
-os restantes,ou aparecem porque são convocados pela existência de prolemas graves,ou nunca aparecem.Há mesmo alguns que ignoram a convocatória.Quando há problemas,referem que deve ser a escola a resolvê-los pois é lá que passam a maior parte do tempo.Problemas que frequentemente dizem respeito a atitudes e valores que, como todos sabemos são subjectivos... Uma "falta de respeito" pode só o ser para alguns, uma agressão pode não passar de uma "brincadeira"...

 
At 23 março, 2006 19:49, Anonymous Anónimo said...

Das vossas palavras "(...)49 por cento dos jovens portugueses com idade entre os 20 e os 24 anos têm escolaridade inferior ao nível secundário e não se encontram a estudar (...)", pergunto: - Como esperam que no futuro estes pais tenham capacidade para ajudar os filhos na elaboração dos seus trabalhos?
Claro que a primeira atitude é "deixar passar", pois assim não desiludem os filhos, visto que se não ajudam não é por não saber, mas antes por não poder.
Além do mais a probabilidade de terem empregos mais mal pagos ou onde têm que trabalhar mais horas aumenta. Ou será que ainda ninguém notou que geralmente os filhos cujos pais "têm estudos" têm melhores notas e em certos casos "calham nas melhores turmas"?!
Todos tentamos ser os melhores, se não for a matemática ou a português será a jogar à bola ou a arreliar os professores...

 
At 24 março, 2006 12:58, Blogger Jaime Carvalho e Silva said...

"Culpas e culpados"
Infelizmente há mais preocupação em encontrar "os culpados" do que em perceber os problemas e tentar resolvê-los. Isto não é um crítica particular, é uma constatação geral em todos os domínios do sistema educativo e noutros domínios da nossa sociedade (justiça, saúde, etc.).
Dito isto, não posso concordar com a afirmação "a maioria dos pais vão às escolas (quando vão...) para acusar os professores do seu educando pelo insucesso deste, principalmente no que diz respeito à disciplina de Matemática" (mais uma vez, não tomem isto como um ataque pessoal, mas apenas como uma discussão de ideias). Não posso concordar por várias razões:
- como se sabe se é "a maioria"? (eu acho que não é, mas precisavamos aí de uma medida mais objectiva);
- na minha larga experiência de pai/encarregado de educação tenho observado que muitos pais até têm razão nas críticas que fazem, mas nunca algum orgão de alguma escola as assume, por isso a "culpa" recai sobre os pais (e porquê? corporativismo? elo mais fraco?) e nada (ou quase) acontece para resolver ou minorar o problema;
- a actual estrutura não incentiva os pais a irem à escola (horários incompatíveis, falta de vontade de resolver os problemas apresentados pelos pais, reuniões raríssimas, etc)
- se a mentalidade mudar e os pais sentirem que vale a pena ir à escola, passarão a ir como acontece noutros países.

Criem-se por isso ambientes e estruturas de verdadeira intervenção dos pais na escola e eles irão lá. Isto acontecerá se, por exemplo, as reuniões, iniciais e intercalares (duas pelo menos) forem obrigatórias; se cada professor enviar por escrito no início do ano o que espera do pai (e cumprir o que diz..); se as questões levantadas por pais forem efectivamente analisadas por orgãos competentes; se os prevaricadores (professores ou mesmo pais) forem penalizados por isso.

Termino com uma anedota verdadeira. Na Escola X fui eleito representante dos pais de determinada turma; reunião rápida, eleição consensual por falta de condidatos - só um voluntário à força (eu); nunca essa escola me convocou para qualquer reunião, nem intercalar, nem nada! Valeu a pena ir à reunião? Depois de um dia de trabalho possivelmente arreliante, extenuante ou deprimente?...

 
At 28 março, 2006 23:50, Anonymous Anónimo said...

A relação escola-família continua a ser conflituosa,e as acusações são mútuas em vez de encontrar pontos e meios de convergência.
1-A grande maioria dos enc. educação que vão á escola,vão,ou fazer exigências,ou questionar actuações dos professores,ou pôr em causa a justeza das avaliações.Admito que haja casos em que tenham razão,mas na grande maioria apenas pretendem impor-se,á laia de aviso ou intimidação.E não é verdade que os órgãos de gestão não tomem medidas.Todo o pedido ou reclamação que seja entregue por escrito,tem que ter uma resposta igualmente por escrito.O porquê é óbvio...E casos há que são discutidos em C.Pedagógico.
2-Está legislado e previsto na própria "Lei de bases do sistema educativo"o direito de participação dos enc. de educação na vida da escola.Tal direito concretiza-se através da organização e colaboração em iniciativas que visem a melhoria da qualidade e humanização da escola,em acções que motivem os alunos para a aprendizagem e para a assiduidade,e em projectos de desenvolvimento sócio-educativo da escola.Quantos enc.de educação intervêm na vida escolar com tal finalidade?
3-Quanto ao representante dos pais/enc.educação da turma,tambem têm direitos e deveres consignados e estes deveriam ser do seu conhecimento,porquanto desempenham um cargo importante.Por ex
-manifestar a sua opinião sobre diversas situações, nomeadamente quando se trata de processo disciplinar
-promover a articulação dos pais/enc.educação da turma com o conselho de turma.
-reunir com os restantes pais/enc.educação com o objectivo de receber propostas de articulação escola/família a integrar no plano curricular de turma.
-reunir com os restantes pais/enc. educação sempre que achem necessário
-reunir com a associação de pais.
-reunir com dt sempre que haja assuntos do interesse da turma.

Ou seja:
Não é necessária uma convocatória do dt para os pais tomarem iniciativas e promoverem acções válidas dentro da escola.E essas é que são importantes mas raras... Muita coisa mudará quando os pais tiverem uma posição activa e construtiva dentro da escola.È muito mais cómodo criticar do que ser interveniente num processo...

 
At 03 abril, 2006 10:12, Anonymous Anónimo said...

Creio que, face às exigências profissinais com que a maioria dos pais se defronta hoje em dia há dtrês tipos de reacções por parte dos pais: aqueles que não abdicam nem nunca abdicaram dos filhos e lhes pretendem dar uma educação equilibrada e harmoniosa, e por isso sabem repreender as suas atitudes incorrectas e valozirar as correctas; aqueles que se sentem culpados por não terem tempo para os filhos e por isso os tentam compensar da pior forma possível:desculpando os seus erros e exigindo coisas sentido aos professores, promovendo assim o crescimento deformado dos filhos, que muitas dores de cabeça dá aos professores, que além de ensinar têm de os educar nas coisas mais elementares e que já lhes deviam ter sido ensinadas em casa ( como o respeito pelos outros).
Há ainda o tipo de pais que efectivamente negligencia este papel, provocando um sentimento de desorientação e rebeldia nos filhos, que o que pretendem é chamar a atenção dos outros para que sintam que eles precisam de apoio e atenção.
Na minha opinião os dois tipos extremos de pais têm aumentado em número uma vez que nasta sociedade o trabalho é muito importante e a família tem quase que forçosamente ser relegada para segundo plano, basta ver o caso de professores, que independentemente de terem família têm de estar separados por muitos quilómetros;além disso as políticas para formação e protecção da família deixam muito a desejar neste país.

 
At 03 fevereiro, 2007 19:09, Anonymous Anónimo said...

best regards, nice info » »

 
At 28 fevereiro, 2007 19:20, Anonymous Anónimo said...

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At 04 março, 2007 23:16, Anonymous Anónimo said...

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